Idade da Pedra

domingo, 22 de novembro de 2009


                                                                   
O termo Idade da Pedra é usado normalmente para referir-se ao estágio mais primitivo na evolução humana, caracterizado pelo uso de utensílios e armas de pedra, embora também fossem empregados objetos de osso e chifre. Esse espaço de tempo divide-se nos períodos Paleolítico, ou da pedra lascada, Mesolítico, e Neolítico, ou da pedra polida, que corresponde às fases em que os humanos usavam ferramentas criadas a partir da pedra, para servir como arma ou cortar qualquer coisa.

O Paleolítico, época mais remota da Idade da Pedra (dois milhões de anos atrás), corresponde à fase da cultura do homem em que este utilizava instrumentos de pedra lascada sem polimento, tais como os encontrados em diversos países europeus (principalmente na França, Bélgica, Itália, Espanha, Portugal e Grécia), consistindo de pontas de lança e de flecha, machados, etc. Nesse período, geralmente dividido em inferior, médio e superior, ele era essencialmente caçador, coletor e levava vida nômade, com exceção de alguns agrupamentos que se formavam em pontos determinados onde as condições de vida mostravam-se mais favoráveis. A arte caracterizava-se por figuras de animais e humanas, gravadas em osso ou chifre, ou nas paredes das cavernas habitadas pelo homem. Os processos de fabricação de objetos de pedra variaram consideravelmente no decorrer do paleolítico, sobretudo em sua parte final, quando se tornou comum o emprego de ossos, chifres e marfim, na confecção dos objetos.

Um dos alimentos fundamentais na Idade da Pedra era a carne assada no espeto ou cozida diretamente nas brasas ou, ainda, em pedra sobre braseiros. A julgar pelos vestígios encontrados nos lugares habitados pelos Homens da Pré-História, os sistemas de cozimento eram bastante sofisticados. Às vezes, a carne era cozida numa espécie de forno cavado na terra, no qual se colocava o alimento envolto na pele do animal ou em grandes folhas aromáticas; em torno, e sobre o buraco, punham-se as brasas. Os Homens da Idade da Pedra, porém, não se nutriam apenas de carne, mas também de diversos vegetais, cuja coleta era tarefa feminina. Alimentavam-se ainda de caramujos, caranguejos e moluscos do mar, provavelmente já considerados, naquela época, “petiscos gastronômicos”.

O mesolítico corresponde ao período médio da Idade da Pedra, sendo, por conseguinte, uma transição entre o paleolítico e o neolítico. Nos homens desse tempo predominavam os dolicocéfalos (que têm formato de crânio com largura inferior a três quartos do comprimento, e índice cefálico inferior a 75%) de baixa estatura (1,55m). Os exemplares braquicéfalos (são os que têm crânio de índice cefálico superior a 80, cuja cabeça, vista de cima, apresenta a forma de um ovo, porém mais curta, e arredondada posteriormente), aparecem em minoria e apresentam semelhança com os da Europa. Nesse intervalo aparecem rudimentos da indústria cerâmica, sendo sua decoração feita com motivos lineares. Vestígios de diversas culturas do período mesolítico foram encontrados em diversos países europeus, como França, Espanha, Portugal, Bélgica, Inglaterra e outros, mas quanto aos restos humanos encontrados na América do Sul, inclusive em Lagoa Santa, Brasil, sua cronologia é bastante duvidosa.

Quanto ao período neolítico, ele se caracteriza fundamentalmente pelo surgimento dos primeiros instrumentos de pedra polida, bem como da cerâmica, da agricultura e domesticação dos animais. Desenvolveu-se na Europa, segundo alguns, cerca de 5.000 a 2.000 a.C., e segundo outros, de 10.000 a 3.000 a.C., considerando-se como seu fim o período em que apareceram os primeiros objetos metálicos (Idade do Cobre e Bronze). Nesse intervalo de tempo ocorreram importantes transformações na evolução cultural do homem, que de nômade, ocupado quase que inteiramente com a caça, pesca e apanha de frutos selvagens, passou a ter vida cada vez mais sedentária, originando-se daí a agricultura. Essa fixação à terra foi acompanhada de uma transição para a exploração da propriedade privada, sendo o trigo um dos primeiros cereais cultivados pelo homem europeu, que para sua melhor conservação passou a torrá-lo e reduzi-lo a farinha. Com essa atividade surgiu a necessidade de armazenar os produtos conseguidos, pois a colheita era superior às necessidades do momento, o que acabou levando o homem à vida sedentária, fazendo-o abandonar o nomadismo.

Nesse período foram domesticados o cão, o boi, a cabra e a ovelha, enquanto a cerâmica, indústria incompatível com a vida nômade e que já havia aparecido ocasionalmente antes do neolítico, atingiu então um desenvolvimento notável. A arte tendeu para o abandono das representações realísticas, das quais se conhecem notáveis exemplos em algumas cavernas da Europa, e orientou-se freqüentemente para o campo da estilização abstrata, indicando grande preocupação com a disposição harmoniosa dos traços, com a simetria, etc. Para habitação, o homem continuou usando grutas e outros abrigos naturais, mas as cabanas, que já haviam aparecido no mesolítico, foram agrupadas, formando verdadeiros povoados. Erguiam-se às vezes no alto de morros de fácil defesa, mas surgiram também as habitações palustres, sobre estacas, abundantes especialmente na Suíça.

A arquitetura relacionada com os túmulos indica uma forma elevada de culto dos mortos, ou alguma outra modalidade desconhecida de práticas religiosas, resultando daí uma série de monumentos de pedra de grandes dimensões, conhecidos por megálitos. Aperfeiçoou-se consideravelmente a fabricação de objetos de pedra, assim como as indústrias de osso e chifre também tiveram grande desenvolvimento, aparecendo numerosos objetos feitos com esse material, inclusive muitos amuletos. O homem conheceu mesmo a tecelagem, ainda que primitiva.

 Fonte: Atlas da História Universal

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